Erasmus tips ou de qualquer outra natureza (propostas de namoro, sexo louco e selvagem, you name it) - trippingnacracovia@hotmail.com, se não nos estivermos a tripar, respondemos.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
«Frio? Pfff isto ainda não é nada!»
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
O Polaco e o Desvio
O que é necessário partilhar acerca dos polacos (e isto devia ser considerado serviço público) é que esta gente não se desvia. «Como assim, ilustres Trippers?» Nós explicamos: imaginem um passeio de coisa de um metro de largura. Vocês vão numa direcção e O Polaco vem na oposta. Num país normal, com pessoa normais (uma coisa assim como Portugal), cada um de vocês cede um bocadinho, desviando-se (coisa pouca!) e assim cada um segue o seu caminho feliz e contente, sem prejuízos de maior. Mas aqui não. Aqui, é a lei do mais forte que impera. O que for mais forte segue caminho, o outro badameco fica no chão a estrebuchar com a força do impacto. Nós, não-habituadas a estas regras, começámos por nos desviar da frente de toda a gente, metíamo-nos nas valetas, saltávamos para o meio da estrada, entrávamos num prédio, qualquer coisa para não ter um confronto físico desta envergadura.
Ora, tudo o que é demais enjoa, pois não é verdade? Decidi, há pouco tempo, que, na Polónia, há que ser polaco e vai daí comecei a não me desviar mais coisa nenhuma, que-vocês-não-são-mais-que-eu-e-raios-me-partam-se-não-hei-de-fazer-alguém-desviar-se-da-minha-frente. Pronto, aprendi que se eu continuar o meu caminho e não me desviar nem um bocadinho da minha rota, eventualmente O Polaco há-de ceder. E a coisa tem corrido bem.
O que eu devia saber é que o Karma não brinca e o Universo não dorme. Temos então que o Universo pensou mais ou menos isto «Queres andar a brincar aos carrinhos de choque, não queres?».
Hoje, ao vir para casa, num segundo vinha absorta nos meus pensamentos e, no a seguir, fui completamente abalroada pel'O Polaco. Caiu-me a mala. Eu podia tê-la fechada? Podia, mas assim o Karma não ficava com o sentimento de mission accomplished, portanto, ela ia aberta e fez questão de espalhar todo o seu bonito conteúdo na neve. E as pessoas a passar. Enquanto eu via estrelas e guinchava «Ai o meu ombro, tenho um ombro deslocado. Nunca mais sou ninguém, vou ficar sem o braço.», o anormal d'O Polaco, entre Pechépréchames (já falámos aqui disto?) e outros que tal, estava a agarrar as minhas coisas (tudo isto enquanto as pessoas passavam) com neve e com tudo e a juntá-las. «Ooooh pshtóoóó parou! Tira daí os presuntos que eu apanho tudo, não preciso de ajuda. Vai lá à tua vidinha, assassino.» E pronto, ele lá foi e eu segui o meu caminho, visivelmente transtornada mas com uma lição aprendida: na Polónia, podes ser polaco... Mas depois o Universo fode-te.
A única pessoa que nos prestou atenção! Unf!
Se não, vejamos: «Não é fixe que, aqui, possamos dizer asneiradas atrás asneiradas com um ar sério e fazer as pessoas pensar que estamos a falar de temáticas de relevo para a sociedade?» ou ainda «Se eu gritar aqui «Vão todos para o car&lho!» ninguém vai perceber e ninguém me vai à cara. Olha, «PILA PILA PILA». Ninguém reagiu grandemente, viste?». E continuamos a ter mais ou menos este nível de conversa (mais ou menos porque pode descer, nunca subir), fazendo experiências com outras palavras num tom de voz um nadinha acima do desejável.
Às tantas, oiço um «Sorry» do meu lado esquerdo e rezo para que seja alguém a querer sair do autocarro. Mas não. Gelo. «What language are you speaking in?». «Hm ahah...» digo eu, com uma gota de suor a escorrer-me pela testa «Hm... Porquê? Que língua é que te parece...?» «Is it Swedish? It looks like Swedish.» Aaaaah ok. (E agora podia fazer conjecturas acerca do sueco como língua e dos bardajões que os suecos devem ser, mas não. Guardo-as para mim.) «Néeepia, it's Portuguese.» «It's... what?» «Portuguese??», respondo, abrindo os olhos muito expressivamente. «Ok...» Ah c/brão, não estás convencido que exista, não é? «I'm sorry, but Portuguese is from...?», pergunta a pobre alma, convicta de que eu lhe vou responder assim tão facilmente. «Frooom...?», digo. «Frooooooooom........?», diz ele. E eu desisto, que se há coisa que eu sei é reconhecer um caso perdido. «From Portugal, buddy. From Portugal...»
domingo, 12 de dezembro de 2010
A validade do meu passe dos transportes acabou ontem.
- A student's ticket, please.
- "Pchejsdbasd w sjdfnsd dsknaskdfnski (?)"
- Hmmm, bilet. Studenski. (cara de por favor, por favor, percebe-me e vamos lá embora que estamos a parar o trânsito!)
- (a fazer-me sinais) "Wejsnciajcjas asadkskdfsajan dwadzieścia pięć broche"
- Ahhh, broches! Já podia ter dito que queria dinheiro. Tome lá, um zloty e vinte cinco grozny (isto lê-se qualquer coisa como gróche, eu juro que tem piada!).
Nós ainda acalentamos a esperança de, numa futura viagem a Londres, dar de caras com o Daniel Radcliffe e com o Rupert Grint* numa avenue qualquer, eles apaixonarem-se por nós e quererem desposar-nos logo ali. É difícil de acontecer? É capaz. Mas nós gostamos de sonhar alto.
De modos que, em Julho, quando soubemos que o novo filme do Harry Potter ia estrear em Novembro, decidimos imediatamente que era uma coisa a ser vista na Polónia.

Fomos, claro que fomos. Agora... Percebemos o enredo? Hm... Nem por isso. Como se não bastasse a merda do filme ter todo ele aquele accent do inferno e as legendas serem em polaco, ainda conseguimos calhar no meio de um grupo de miúdas (histéeericas) loucas que suspiravam e guinchavam a cada palavra dos actores. «Estas p&tas, daqui a pouco, voam. Têm legendas, as vacas, não precisam de ouvir.» A juntar a tudo isto, o cinema era de 1943, as cadeiras infligiram-nos severos danos na zona, portanto... do cu e ficámos mais ou menos a 87 metros do ecrã.
Aquilo que prometia ser uma experiência inesquecível tornou-se uma coisa a esquecer. Ficámos magoadas com o sucedido. A primeira coisa a fazer assim que botarmos os pezinhos em Portugal, é ver a porcaria do filme num cinema do século XXI, com pipocas, muitas, com anúncios em português e com legendas de gente. Na loucura, ainda o vamos ver dobrado para português.
* Se não sabem de quem se trata, fora deste blog! Xô!
sábado, 11 de dezembro de 2010
Conversas de fim de noite #2 (ou de como descobrir se há um bully dentro de si)
Adiante, este é o boneco.
Ao finzinho da noite, ao voltar para casa, uma de nós avista o boneco e tem uma ideia para lá de genial. «'Bora dar pontapés ao boneco-de-neve??», diz a F., com os olhos a brilhar. Ao que a sensata de nós responde «..... Por que razão é que eu haveria de querer dar... pontapés ao boneco, F.?». (E aqui entra a segunda parte do título deste post.) «Oh ele nem se consegue defender...»
Pronto, por hoje era mesmo só isto. Agradecidas.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
(Fofinha, this one is for you.)
Isto já vem um nadinha tarde, mas mais vale tarde que nunca, pois não é? Pois que nós, imberbes pessoas, más pessoas, esquecemo-nos que a Fofinha fez anos. Merecemos umas chicotadas.
A Fofinha é uma pessoa de quem nós muito gostamos e que fez anos há uns dias. Nós esquecemo-nos do aniversário dela e, depois, enviámos-lhe um e-mail a desfazer-nos em desculpas, com um e-card assim muuuuito para lá de lindo que (achámos nós) derreteria o coração de qualquer pessoa. A Fofinha odeia-nos e tem todo o direito. A Fofinha é, como o nome indica, uma pessoa muito, muito fofinha que, depois de ver que tem um post dedicado aqui no estaminé, vai (achamos nós) perdoar-nos por sermos tão más pessoas. Que nós sabemos que somos. Mas a Fofinha também vai perceber que nós andamos aqui há tanto tempo e que temos muita, muita, demasiada vodka no sistema, bem como Okocim. Okocim é a cerveja DO INFERNO, Fofinha. Limpa-nos a memória. Um GHB mas em bom (ou em mau porque não nos garante acção. Olháá piada javardolas!). Pronto, já me alonguei mais do que devia.
Isto tudo para dizer: Fofinha, muitos parabéns e muitas desculpas. E muitos beijinhos de parabéns. (Isto, assumindo que ainda vens aqui ao blog, porque, mesmo nós sendo as más pessoas que somos, merecemos que tu te preocupes em ver se estamos vivas.)
(E se isto não amoleceu o teu coração, isto fá-lo-á.)
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Ora vamos lá a saber...
É que, parecendo que não, vem uma pessoa enganada, porque é disso que se trata, a achar que vida de Erasmus são seis meses de (xiba!) rambóia e, de repente, damos por nós a declinar convites para comparecer em festas dos alunos de Direito (Direito, minha gente! Dos que têm country houses e iates e empregados a magotes.) no Lux cá do sítio porque... porque... temos que estudar...? Mas nós vimos de Erasmus para estudar, é? É? É?!
O Diabo perdeu o frigorífico.
Tanto nos lamuriámos, tanto nos lamuriámos com a falta de um frigorífico, que tanta falta nos fazia, e o que nós gostávamos de ter leite em condições para beber e que tanto que nós gostávamos de poder comprar carne e guardá-la no frigorífico que alguém lá nos céus (yeah right) atendeu às nossas preces e nos mandou uma vizinha nova com um frigorífico em attachment. Vibrámos, saltámos, fizemos planos para o futuro. Que felizes que nós íamos ser com um frigorífico. A vida estava completa. Uma panóplia de opções surgiu diante de nós, um novo universo. Dividimos a vida em duas épocas: a.F. e d.F*... BALELAS! O c%r%lho do frigorífico faz um chavascal que não lembra a ninguém. Parece uma família inteira de besouros aqui na entrada a zumbir o dia todo. A noite toda. Noi-te-to-da. É o frigorífico do Demo. Mas ele não é parvo! É passivo-agressivo, o cabr/o! Está ali a zumbir, a zumbir, a zumbir baixinho que quase não se dá por ele, mas é ver-nos na cama à noite às voltas, a enterrar a cabeça na almofada, a tapar os ouvidos com os dedos, a cantar baixinho porque a merda do frigorífico não tira folga. Acordamos com os olhos raiados de sangue, só nos apetece bater com a cabeça nas paredes, cortar-lhe a ficha e atirá-lo janela fora.
Estávamos tão bem sem frigorífico...
* antes do Frigorífico e depois do Frigorífico
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
«Pão de trigo e linguiça para a merenda sempre dá para enganar a saudade.»
Cozinhar já foi outra conversa. Massa e arroz sabemos nós cozinhar, agora bacalhauzinho já é conversa para outros Carnavais... Mas como somos moças de QI (mais ou menos) elevado, fomos à internet e pusemo-nos a sacar receitas. Encontrámos uma simples que metia cebolas e batatas a murro e pareceu-nos a nossa cena. Aprendemos um novo termo. «Demolhar». Parece que se não se fizer isso ao bacalhau, ele fica intragável.
Fiquem com o resultado.
sábado, 4 de dezembro de 2010
A Roban
Ora, o que é o kitsch para leigas como nós? Pessoas vestidas com mau-gosto. Cores e padrões tudo à mistura. Quem nos conhece (ou, pelo menos, uma de nós) sabe que isto não representa desafio nenhum, pelo que decidimos botar mãos à obra e procurar no Tio Google que raio era isto de kitsch. E encontrámos muitas coisa, oh lá se encontrámos. Encontrámos filmes, músicas, loiça (quem é que se recorda daquela loiça-couve verde que há nas casas d
Nós, que somos pessoas que gostam de seguir dress-codes, não nos deixámos desmoralizar e partimos em busca da roupa kitsch perfeita. Pois que nos haviam indicado uma loja em segunda mão. Sim, uma loja em segunda mão.
Agarrámos em nós, metemo-nos na neve (e QUE neveão que caiu nesse dia) e fomos atrás da Roban (que ganha todo um novo sentido quando pronunciado como rrrroban com aquele enrolar da língua). A Roban é quase uma multi-nacional de roupa em segunda mão. A Roban tem roupa em segunda mão e, por conseguinte, a Roban cheira mal. Não é mal de «Ai quem é que mandou aqui um pantufos? Arejem o sítio.». É mal de «Jesuuuuus, quem é que morreu aqui?!» ou mal de «O Francis Obikwelu andou a correr os 100 metros trinta vezes e depois veio esfregar as axilas nas paredes e na roupa.» Cheira mal, pronto. Um cheiro a suor de vinte e cinco anos, um suor que se foi acumulando no estabelecimento e que só sai quando aquilo for demolido. Mas esta
Escusado será dizer que, assim que chegámos a casa, metemos tudo em cinco litros de detergente e deixámos marinar durante duas horas. E o cheiro saiu, sim. E nós fizemos sucesso na festa. Que, no final do dia, é o que interessa.
(Atento agora que a posição corporal é a mesma, não foi propositado.)
Ontem à noite fomos a uma festa na casa de uma amiga nossa. Nessa casa vivem 9 pessoas e apareceram mais de 50. A cozinha tem um balcão gigante, o que lhe dá um ar de bar. O tema era o estilo kitsch e ou ias em conformidade ou ficavas a limpar a casa hoje (e aquilo ficou um nojo, no-jo). Long story short, eram 23h30 e 5 litros de cerveja já tinham marchado (isto cada uma, não há cá meninos), acho que estamos a virar pequenas polacas nestas andanças de começar cedo e cedo tombar, dá saúde e.. qualquer coisa. Eles baixaram as luzes e, aquilo que antes era uma festa onde se comia chocolate e se tocavam umas modinhas portuguesas (que muito foram aplaudidas), virou uma orgia. Sim, uma orgia. Sem qualquer tipo de preconceito.
É nestas alturas que uma pessoa se toca (e não, não é no sentido javardo da coisa, acho eu) e percebe que está mesmo de Erasmus...
A nossa vida dava "um filme indiano"
No passado fim-de-semana íamos jantar com o Embaixador de Portugal em Varsóvia (note-se que em Cracóvia há embaixadas e consulados aos pontapés mas não, de Portugal não, já da Áustria sim, é aqui ao lado mas PRECISA de uma embaixada do tamanho de dois Colombos!). Continuando, jantar marcado para as 21h, na boa, apanhamos o comboio às 15h15 e em 3h estamos lá, a tempo de procurar o Portucale, restaurante, que deve ser monumental e bem no centro da capital, ou porque raio iria o Sôr Embaixador dirigir-se a uma espelunca?
Acordámos a horas decentes, o que é bastante difícil, quem nos conhece sabe, tomámos banhinho, aperaltámo-nos, qual casamento qual quê, enfiámos uns trapinhos nas mochilas e ala que se faz tarde. Saímos às 14h40 ou coisa que o valha e corremos para apanhar o autocarro que estava mesmo a passar. Ora bem, acção para a puta do filme! Um trânsito do deus me livre, o autocarro à pinha, nós apertadinhas contra a porta (não há cá bater coro, entras num autocarro destes e sujeitas-te a ser sodomizada/o como gente grande) e parado na avenida. PARADO. Isto podia acontecer noutro dia qualquer, a sério, mas não. Tinha de ser NAQUELE dia. Um percurso que se faz em 10/15 minutos, já eram 15h da tarde e nada.. Ideia de génio, sair na próxima e apanhar um taxi que há-de encontrar um caminho mais desimpedido e fazer um sprint até à estação, atropelando velhinhas se tiver de ser. O plano era bonito e encheu-nos de esperança, qual Gato das Botas fofinho. Só que apanhámos um taxista môno que se pôs atrás do autocarro e se deixou estar à espera. Era ver-nos esbracejar, chamar-lhe nomes, fazer-lhe gestos ofensivos em português, telefonar para as outras duas que já estavam dentro do comboio e... wait for it.. wait.. TINHAM OS NOSSOS BILHETES!! Lá conseguimos chegar à Galeria que é mesmo (mesmo!) ao lado da estação, ainda faltavam 5 minutos, vá, toca de despachar. Para mal dos nossos pecados, mais uma vez, ficámos na parte de trás (ou de lado, eu sei lá) da Galeria. Ora merda que nunca tínhamos entrado por ali, para onde raio ficava a estação?
O jantar começou às 19h, demorámos 1h para encontrar o restaurante (ou melhor o número da porta, porque nós estávamos na rua certa!), um frio que nos congelou a alma e nós de saia (e sabrinas!), o passeio/estrada em gelo-bom-para-escorregar-e-partir-a-bacia, as outras que estavam com os copos e nada de atender o telefone.. foi lindo. Chegámos foi 2 minutos depois de deixarem de servir vinho à pato. Isso é que nos deixou chateadas. Isso e não ver a celebridade. Já putos bêbedos de calcinha vincada e gravatinha do pai a cantar hits portugueses não faltavam, acreditamos que foi um regabofe à portuguesa. E os putos eram do Benfica, 'certeza.
Nós.. acabámos a noite a enfardar sandes de púmento, a beber cerveja da cara (que a capital é a capital) e quase que a ser convidadas a sair de um bar por termos transformado uma pequena (pequena!) divisão do mesmo numa sala de chuto.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Composição: «Os autocarros de Cracóvia»
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
(Está a nervar, está a nevar, está a nevar, está a nevar, está a nevar, está a nevar, está a nevar, está a nevar, está a nevar, está a nevar, está a nevar, está a nevar, está a nevar, nevar, nevar, nevar, nevar, nevar, nevar, nevar sha lalala nevar, nevar.)
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Karma: e se, em vez de pu... profissionais do prazer, atraíssemos dois polacos ricos? Hm? Que dizes?
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Os Dementores invadiram Cracóvia!!!
Porque isto de estarem habituados a ter macinhos de Marlboro a 2,5€ é muito bonito e faz muito bem à saúde mas eu já estava a começar a achar estranho poder fumar naquele botequim no piso -2.
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
(Finalmente) Tratadas como convém
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Hoje, na volta para casa, 11h30 mais coisa menos coisa, autocarro à pinha, sentei-me, não, assentei uma das nalgas num pequenino espaço de um banco que era para uma pessoa e meia (e sim, já lá estava uma pessoa). O marido da dita senhora que ocupava o lugar resmungou e dirigiu-lhe um gesto de como quem diz "Oh mulher d'um raio, encolhe esse rabo, não sejas gorda, deixa a moça sentar-se", ao que ela rapidamente assentiu. That's ok, no need, respondi-lhe com um fiozinho de esperança que ela percebesse o básico do inglês. A senhora sorriu e voltou-se para a janela, isto só durou 10 segundos, depois virou-se novamente para mim e falou "khjvbkwnwkbwski sbsaidcaswmsnacki aj wkbsdkvk kdsvwna!" (eu acho que foi uma exclamação) e desmanchou-se a rir. Eu, que mal ela abriu a boca mergulhei num dilema interior (ou lhe respondia em inglês e tentava explicar-lhe que não falo polaco ou...) AHAHAH, respondi.
A verdade é que, passados 5 segundos, me começou a cheirar a mijo.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Mas faço-me entender óquê?!
"Olhe é uma water with bubbles, por favor." (Uma quê?, perguntam vocês. Uma água com gás, pois com certeza.)
"Ah isto é um count-bug." (Um bicho-da-conta para os que, ao contrário de mim, não são poliglotas.)
"Sei. É uma libelinha." "Hm?" "Opa uma laibelainha bzz bzz."
Fáááácil.
Old habits die hard (or don't die at all)
Também diz que, na Polónia, se não o carregares, aumentas o património da Carris-cá-do-sítio em 72 zl.
(Nem multas sabem passar. Ao menos em Portugal é coisa para ser de 100 euros para cima. Não é cá merdas de 17 euros e pouco. Fracos.)
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Maiscásmães
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Cracóvia - a cidade
Então não é que andamos por aqui há coisa de um mês e não nos dignámos a fazer um mísero post sobre a cidade? É bastante simples a razão de tal esquecimento: nós andamos por aqui todos os dias, já a conhecemos de olhos fechados, parece-nos o bairro, só nos falta cumprimentar o senhor do café e ele chamar-nos «meninas» ou então tratar-nos pelo nome para sentirmos que sempre aqui vivemos. Assim, facilmente nos esquecemos que nem toda a gente está aqui a não viver a cidade connosco.
Dizem as agências de viagens, dizem os blogs e nós que sim senhora, que é verdade: Cracóvia é a cidade mais bonita da Polónia. Que outras cidades é que nós conhecemos? Nenhuma. Mas gostamos de corroborar opiniões e esta é uma coisa que facilmente é verdade. Os monumentos, gentes, são mais que muitos e que saltam-nos para a frente dos pés quando vamos a descer a rua. Não há um prédio com mais de três andares ou que tenha sido construído depois de 1950, garantidamente. Mas desenganem-se se acham que os polacos vivem com buracos no tecto e paredes a cair. O cuidado que eles prestam aos monumentos, às praças, aos passeios, a toda a infra-estrutra é uma coisa que nós não sabíamos que era possível. Afinal bloquear as portas e as janelas de um edifício antigo com tijolo para os drogados não irem para lá dar nos fuminhos não é a única solução para o mesmo. Também podemos restaurá-lo, manter a fachada original e meter lá pessoas a morar, impedindo inclusivamente que o centro da cidade (ou, sei lá, a BAIXA) morra. E esta, hein?
Em plena Market Square que, sentimo-nos impelidas a dizer, é a-maior-praça-da-Europa, temos a Feira (que deve ter outro nome qualquer, tipo Fábrica do não sei quê, mas onde o ET passeia e se vendem as coisas mais pindéricas do Universo), a St. Mary's
À volta da Market Square, há uma infinidade de ruas, cada uma com bares/cafés/pubs porta-sim-porta-sim e muita lojinha de kebabs. Cada café é uma surpresa, eles não são comedidos nos pormenores, têm as coisas mais confortáveis e ao mesmo tempo mais excêntricas. Queriam fotografias, pois queriam. Mas coisas 'excêntricas' merecem muitos posts neste nosso ilustre recanto, a seu tempo.
Para acabar, temos a Universidade que parece saída de um filme a preto e branco e de onde, ainda acalentamos a esperança, havemos de ver sair o Dumbledore.
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
O Pechépracháme
Nós acreditamos convictamente que tudo depende da entoação que se confere ao Pechépracháme. E já estamos a começar a entrar no espírito da coisa. Já percebemos que se o dissermos num tom seco e rápido, as pessoas se desviam da nossa frente. Se, contudo, o proferirmos num tom assim mais cantado, mais suavezinho, as pessoas respondem com outro Pechépracháme que, por sua vez, tem outra entoação e que já deverá querer dizer outra coisa qualquer. A verdade é que ouvimos um Pechépracháme em toda e qualquer situação. Alvitrámos inclusivamente a hipótese de esta língua ser constituída unicamente por este vocábulo com entoações diferentes.
Como ele pensa que a coisa aconteceu
Professor encontra aluna no laboratório. «Olá estás boa? Hoje temos uma coisa nova. Vai lavando essa amostra que eu já venho.» Aluna acede com um sorriso nos lábios, como sempre.
Professor sai.
Professor volta daí a 15 minutos. Professor debruça-se sobre a amostra. «Não acredito... Estão todos deteriorados. Hoje até baixei a temperatura do laboratório para ver se eles aguentavam, mas nem assim. São muito sensíveis ao calor. Hoje queria mesmo que tu os visses....» Aluna faz um aceno de concordância e incredulidade perante tal acontecimento.
Professor resigna-se «Pronto, deixa, trabalhamos com outra amostra hoje.»
Como a coisa aconteceu realmente
Aluna chega ao laboratório, vinda da rua, onde pairam uns 5ºC. «C'um c%&%lho, estão aqui a esconder um morto óquê? Muito gostam estes gajos do frio...» Professor entra. «Olá estás boa? Vai lavando essa amostra que eu já venho.» Aluna acede, enquanto pensa «Yes, sir! Os seus desejos são ordens! É uma lavagenzinha que quer, é uma lavagenzinha que tem. Considere o trabalho feito. Venha de lá esse 20! E um cafezinho, não? Vou lá abaixo num instante e tem um café em dois segundos. Sabe outra coisa que faço muito bem? Limpar gabinetes. Não? É só lavar a amostra, não é verdade? Então é isso que vai acontecer. Mas disponha sempre.» Professor sai. Aluna repara que tem as mãos a cair porque o frio é assim uma coisa por demais. Aluna resolve lavar as mãos. «Deixa-me cá lavar as mãos que esta gente que anda nos autocarros tem toda ar de quem é um antro de doenças. O seguro morreu de velho. Saiam, micróbios, saiam. Tomem lá esta águinha a ferver a ver se não saem daí a correr. Que unhas lindas que eu tenho... Tenho que comprar um verniz. E acetona. E algodão. Epa esqueci-me de carregar o telemóvel! Pode ser que me consiga escapulir daqui mais cedo e passo na papelaria. Se bem que vou levar meia hora para explicar à mulher que só quero carregar o telemóvel... Enfim... Ah sim, lavar a amostra. Vira, torna a virar, nadem um bocadinho, bicharocos. Parece que estão nas Caraíbas, não é? Quem é vossa amiga? Prontinho, está feito.»
Professor volta daí a 10 minutos. Professor debruça-se sobre a amostra. «Não acredito... Estão todos deteriorados. Hoje até baixei a temperatura do laboratório para ver se eles aguentavam, mas nem assim. São muito sensíveis ao calor. Hoje queria mesmo que tu os visses...» Aluna faz um aceno de concordância e incredulidade perante tal acontecimento ao mesmo tempo que pensa «F#"a-se que f#"i os bichos. Por favor, por favor deus, faz com que ele não descubra que fui eu. Quem é que posso culpar? A senhora da limpeza? O rapaz do doutoramento? Aqueles outros dois Erasmus? QUEM, meu deus, quem?»
Professor resigna-se «Pronto, deixa, trabalhamos com outra amostra hoje.» Aluna respira de alívio.
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Nós, pequenas aprendizas de cientistas, viemos para a Cracóvia com uma anedota de Learning Agreement que, surpreendentemente, foi aprovada. Tanto em Portugal, como na Polónia. Ninguém sabia de nada na nossa faculdade, "ai que vocês são as primeiras que vão para lá, não sabemos bem como aquilo funciona, vamos ver, vamos ver e ah! é preciso entregar o Learning Agreement entretanto". Mentira, não fomos nada as primeiras, aliás, muito nos ajudaram os pequenos que cá estiveram o ano passado!
Fomos obrigadas a traduzir a lista de cadeiras que estavam no site da Universidade Jaguelónica (com a ajuda do Google Translator, pois claro) e seleccionar as que eram mais parecidas com as que iríamos ter lá no 1º semestre. Claro que foi tudo muito em cima da hora e as professoras que estavam a "coordenar" "deram-se ao jeito" e assinaram aquilo às três pancadas. O pior veio depois, quando cá chegámos (sejam inteligentes e digam comigo: lá - Portugal, cá - Cracóvia, bom).
Queriam porque queriam impingir-nos uns cursos tais como: A Polónia e o Holocausto (= venham masé visitar Auschwitz pelas nossas agências de viagens e deixar cá o belo do euro), Polaco 101 (= só vão estar cá 6 meses mas é importantíssimo que aprendam esta língua que é tão fácil e bonita, ah! e sim, têm de largar o belo do euro para isto também), Cultura tibetana (= wtf?!), Mysticism: Indian and the People of the Book (= não deu para traduzir, é isto), Será que a Europa está a ficar Americanizada? (= yup, isto é uma cadeira), The Special Relationship Britain and the United States from the II World War to the War on Terror (= pois não sei mas isto de relações especiais não abona a favor da Queen Elizabeth II, parece-me), e isto continua.
Logo quando chegámos fomos ao ISO (Gabinete de Relações Internacionais), tratámos do cartão da universidade e perguntámos: "Então e agora?". Lá começou o Krystofzinho com a conversa dos cursos em inglês que não interessam a ninguém (a ninguém de ciências pelo menos), que eram muitos, de várias faculdades, bla bla bla... Tivémos de fazer cara de más "Não está a perceber. Biologia, onde é?", ao que este nos responde: "Pois, não sei muito bem, vão ao... Institute of Environmental Sciences?, acho que traduzido é isso, e peçam para falar com a Professora Malgorzata qualquer coisa-qualquer coisa e pode ser que resolvem isso". Olha, obrigadinho e ala que se faz tarde.
Depois de 2 autocarros e uma hora de caminho, lá chegámos ao KAMPUS UJ, um desCAMPado. A custo, vimos uns edifícios longíquos (a custo porque chovia e fazia um vento dos diabos) que eram empresas de pesquisa científica, bom demais para ser uma faculdade, portanto. Voltámos para trás e lá estava a paragem que dizia "qualquer coisa-qualquer coisa-Biologii-qualquer coisa". Edifício fofinho, amarelito, promissor, entrámos. Fomos à recepção e, depois de muito gesto, lá conseguimos encontrar o gabinete da senhora, quer dizer, encontrámos a porta-que-dava-acesso -ao-corredor-onde-era-o-gabinete-da-senhora. Que, claaaaaaaaaro, só abria se passassemos o cartão no aparelhinho. Não temos, vá de tocar à campainha (aquilo estava tudo escrito em polaco, mas era de certeza uma campainha!). Ora, vem de lá uma miúda, pouco mais velha do que nós, que toda ela era esbracejar e terror estampado na cara (acho que a vi arrancar um cabelito ou dois enquanto vinha abrir a porta): "ai não toquem aí, por favor, que isto dá tudo em doido, não leram o papel? ah, pois não falam polaco, coitaditas, mas não voltem a fazer, está bem?". Está bem, a Malgorzata? "Ai venham venham, eu sou a assistente" (isto soou-nos a "eu sou a bitch dela ando a ver se me safo no PhD lambendo-lhe um bocadinho as botas").
"Olá, nós somos estudantes de Biologia em Portugal, estamos de Erasmus, queríamos perg..."
"Portugal?"
"Sim, chegámos ontem, fomos ao ISO e mandaram-nos vir aq..."
"Esperem lá, eu não tenho conhecimento de ninguém que venha de Portugal..."
"O QUÊ?!"
"Pois, não tenho aqui informação nenhuma. Têm o vosso Learning Agreement convosco? É que não recebi nada. Que estranho"
"Sim, está aqui mas isto..."
"Ai mas estas disciplinas são todas dadas polaco, onde foram arranjar isto?!"
"Pois, é que na nossa faculdade não sabiam muito bem como proceder então como tinhamos prazo de entrega para isto tivemos de improv..."
"Não, não, não. Que desorganização! Isto não é normal, então mas mandam-vos para aqui assim? Vocês vão ter de fazer um projecto, quer dizer, isto se eu ainda arranjar alguém que vos albergue porque vocês deviam-nos ter contactado logo quando souberam que vinham mesmo para cá..."
"Sim, nós escrevemos para os Departamentos de Zoologia e Botânica mas ninguém nunca nos respondeu e não sabíamos bem..."
"Qual departamento de Zoologia, vocês pertencem é aqui no Instituto! Vou ter de falar com a vossa faculdade, isto não pode ser!"
"Sim, nós sabemos mas..."
"Vocês têm casa aqui já? E as bolsas, receberam-nas?"
"Errr, sim, estamos na Piast. A bolsa havemos de receber..."
"Hão-de receber?! Ai que não me acredito, que falta de.... nem sei. Olhem, agora não têm de se preocupar mais. Têm aqui uma mãezinha polaca, sim porque eu tenho filhos, eu sei como é... Amanhã vão ao nosso site e enviem-me um e-mail com áreas da vossa preferência que tento ver o que vos arranjo"
Mandámos. E ela arranjou. Dois projectos da mais alta complexidade que para aí anda: 1 - separar larvas de insectos (para a nossa querida aspirante a Bióloga Marinha), 2 - dar comida a passarinhos (para a mais bonita das estudantes de Biologia Ambiental Terrestre).
Entretanto, desencantámos uma cadeira dada em Inglês, para licenciaturas, Ecologia Tropical (3 horas, à 6ª feira, do mais enfadonho que há) e agora, a nossa coordenadora fofinha de Portugal quer que façamos mais. Hoje fomos inscrever-nos na cadeira de Life History Evolution que, curiosamente, é para alunos de doutoramento.
Sim, em 5 cadeiras de Biologia dadas em Inglês, 1 é a de Licenciatura, outra é para o 2º semestre, e as restantes são ou de Mestrado (já começaram há séculos) ou Doutoramento (dia 15 lá estaremos). Estamos também incumbidas de ir a seminários todas as quintas-feiras e, é claro, TODOS exigem conhecimentos da cadeira a que chumbámos o ano passado, Genética. Adoraaaaamos estar de Erasmus! Hoje até há concerto de Jazz com cerveja de meio litro a 1euro. Amanhã, report for duty. Gosto tanto de passarinhos...
Aqui entre nós que ninguém nos ouve,
Mãe, quero carne sim? Muita carne. E o belo do bacalhau. E o peru. Se arranjares umas Super Bock e umas Sagres também não se estragam. Doces então... não te contenhas.
domingo, 24 de outubro de 2010
Conversas de fim de noite
«Olha ali o Homem-Aranha. Peter! Peter Parker!»
«Cala-te que as pessoas aqui percebem o que é Peter Parker.»
(Olhando para o céu) «Achas que vai aí aparecer o Duende Verde? Ou o Sandman?»
«Aparecer por aparecer, que apareça o Surfista Prateado...»
«Oh estás a misturar duas histórias...»
«Ah pois, esquece.»
«Acho que lhe vou perguntar como é que está a MJ...»
«Para isso, mais vale perguntares pela Aunt Petunia e misturas três histórias.»
terça-feira, 19 de outubro de 2010
À atenção do quem espalhou o rumor de que ia nevar
domingo, 17 de outubro de 2010
Já agora...
Aproveitámos o andamento e fomos comprar tabaco. Pediram-nos identificação.
Só na Polónia...
Adenda: Calma, calma... Não NOS pediram identificação, pediram à que, de nós, envergava um bonito abafa-orelhas da Hello Kitty. Está percebido?
Rally dos hospitais
(já que estamos numa de actualizar isto)
E falando em kebabs, temos uns amigos turcos do mais simpático que há. Impingiram-nos o chá e agora não queremos mais nada, quer dizer, também gostamos das tortas, das bolachinhas e de todos os doces que nos queiram oferecer. Quando quiserem, já sabem, um andarzito acima.
E falando em andares... Isto cada andar tem um hall grande com duas cozinhas, uma sala do lixo (don't ask), uma sala trancada onde se pratica sexo louco, não, mentira, está trancada não sabemos o que é, e umas quantas portas que dão para dois quartos. Ora quer isto dizer que partilhamos um outro mini (mas mini) hall com o quarto do lado, ah sim, e partilhamos também uma casa de banho (que está sujaaaa e ninguém se chega à frente para limpar. Ouviram?!). Acontece que isto de partilhas seria muiiiiito bom se fossem com dois polacos giros e altos e descomprometidos que acordassem de manhã e fossem ver o tempo à varanda (comum, claro) ainda em boxers. Bom não. Muito bom. Mas não. Em vez disso, temos uma californiana com a mania que é gente e uma húngara intrometida e com riso estridente (esqueci-me, também é um bocadinho esfomeada).
A Piast, em si, é um pequeno mundo. Não apenas pelas quantidade de gente com diferentes nacionalidades em que uma pessoa esbarra, mas também porque é quase uma comunidade auto-suficiente. Ele é cabeleireiro, ele é cantina, ele é café, ele é lavandaria, ele é restaurante chinês, ele é Correios, ele é papelaria. Só não tem uma farmácia (e o jeito que já nos tinha dado). A cantina é assim uma espécie de sopa dos pobres porque toda a gente com aspecto duvidoso lá vai parar. Nós fomos lá uma vez, mas já sabemos que, da próxima, temos que escolher o outfit apropriadamente para eles não acharem que somos as princesas cá do sítio e nos açambarcarem todo o qualquer bem que levemos connosco. Calças de fato-de-treino e t-shirt a dizer «15ª Meia-maratona de Fornos de Alqueide» vai muito bem. E temos mais um problema neste mundo que é a cantina da Piast. As senhoras não falam inglês, pasmem-se. A ementa não está em inglês, dá para acreditar? Pois que estamos destinadas a comer sempre o que a pessoa da frente come. Isto porque a pessoa pede e nós apontamos «The same. A mesma merda, vá.». Correu bem. Até ao dia...
Só mais uma coisa para terminar o raciocínio: frigoríficos, q'é isso, gentes polacas? Frigorífico, por estes lados, significa chão-da-varanda-que-com-sorte-se-há-de-encher-de-gelo-e-então-aí-sim-talvez-possamos-comprar-iogurtes-e-fruta-e-pizzas. Por enquanto, está assim:
Diz que sim, que a Cracóvia é muito bonita, as pessoas afáveis e o tempo uma maravilha. Pronto, bem-vindos à Cracóvia.
domingo, 26 de setembro de 2010
Let the party begin II
Depois de 2 horinhas e de uma dor de pescoço que não vos passa pela cabeça, lá aterrámos em solo polaco. Passámos a fronteira a custo e quando demos por nós já cá estávamos fora. Cracóvia. Quer dizer, os campos de cultivo da Cracóvia. Pronto, Cracóvia - a aldeia. Entre uns «Eu NÃO me acredito, q'é dos monumentos, q'é dos prédios, q'é das praças, q'é dos autocarros, q'é das pessoas sem aspecto de vou-ali-plantar-milho-e-ordenhar-as-minhas-vacas?» e uns «Oh não, vamos ser agricultoras, pronto. Vamos entrar no avião outra vez discretamente e fingir que nos enganámos na paragem.» lá fomos, em estado de choque, a hiperventilar e a tremer para dentro do aeroporto, à espera da Joanna (uma das mentoras). Uma horinha à espera, mais coisa menos coisa, que isto de fusos horários faz com que as princesas, habituadas a não se preocupar com essas ninharias, combinem mal as horas.
Let the party begin
No entanto, não podíamos embarcar sem antes dar, mais uma vez, ar de nossa graça. Ora claro que quando chegou a parte do mítico detector de metais foi ver-nos, mais uma vez, tirar botas, camisolas, casacos, mochila, computador, televisão (don't ask) e ser cortejadas (not that much) pela senhora da segurança. Quem é que não gosta de uma última marmelada na hora da despedida?
Last call, ou não seríamos nós, e lá entrámos no avião rumo a Luton. Acho que é escusado dizer que não conseguimos ficar juntas, o que não nos impediu de partilhar imensas pérolas quando, finalmente, aterrámos. Ora, é que esta bela companhia aérea não só é uma autêntica feira da ladra no exterior como também o é no interior. Eles são quase uma loja dos chinesas, mas cara, é que vendem de tudo (tudo mesmo). Se tiverem hipótese, vão assistir a esse belo espetáculo que é viajar pela Easyjet, o último número então é de rir e chorar por mais; quem disse que andar às voltinhas no céu, em mil diferentes 'approachs', a tentar aterrar, não é engraçado?
Enfim. Passemos para Luton. Aquilo não é Londres, amigos, mas é que nem de longe, nem de perto, aliás, muito menos ainda de perto. Trata-se de uma zona industrial, onde está frio, muito frio, onde os carros são ao contrário e andam ao contrário (ok, aqui até parece Londres, mas parece só), onde os taxistas são marroquinos (ou paquistaneses) e mentirosos e onde existe um Hotel bom. Mas, e se isto não tivesse um mas não era escrito por nós, serve um pequeno-almoço horrível. Resultado, as princesas dormiram coisa de 5 horas numa caminha que era a coisa mais confortável do mundo, acordaram, não comeram (atentem, por favor, nas horas que passámos sem comer!) e seguiram para o aeroporto. Isto depois de esperarmos por um taxi que não
Outra coisa, tenho para mim, inclusive, que fomos enganadas no câmbio de euros para zlotys (quer dizer, euros-libras-zlotys) mas pronto.
Quanto à viagem Luton-Cracóvia, foi muito mais sossegada (mal fora, viemos a dormir que nem koalas). É claro que tivemos direito ao espetáculo Easyjet on air once again mas como foi protagonizada por male (ahahahaah, está bem) hospedeiros (imaginem as demonstrações das saídas de emergência..), foi menos mau. Mentira, foi mau na mesma mas nós estávamos com demasiado sono ainda.