quinta-feira, 7 de julho de 2011

No seguimento do post aqui de baixo, e muito correndo o risco de levar uns murros do karma daqui a meia dúzia de dias, temos a dizer-vos que é possível.


Porque nós sabemos e vocês sabem que vão usar a desculpa de terem ido de Erasmus para perder o semestre :)

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Ir de Erasmus e acabar a licenciatura: será possível?

We'll get back to you on that. Soon.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Equivalências, equivalências...

Há quanto tempo é que nós voltámos? Pois.
Quando é que fomos dar os papéis à coordenadora para ela submeter aquela porcaria para que quem veja os nossos dados não pense que desaparecemos durante um semestre e andámos a pagar propinas só porque sim? Pois.
Quando é que ela os vai lançar? Sexta-feira.
Está bem então. Está tudo muito certo.

terça-feira, 15 de março de 2011

Pois que é o seguinte,

e ai que andámos deprimidas e a chorar pelos cantos que já cá estamos há um mês e que parece que não aconteceu e que somos umas incompreendidas e que ir de Erasmus devia ser obrigatório no Ensino Superior e ai que só quem vai é que sabe e não vão, não que não vão gostar e ai que preferia estar a passar fominha lá do que estar aqui e pardais ao ninho.
É verdade, andámos um niquinho tristes e nostálgicas depois de voltar e houve uma altura em que dávamos o cu e as calças para voltar e não sei quê e que deixámos de aqui vir porque ler tudo dava um bocadinho mais de saudades. Mas... Flashnew, o mundo não parou de girar porque a nossa estadia acabou (um grande «Como não?!» a vir desse lado) e como ainda há muita coisa que não foi contada, eis-nos aqui outra vez. Para servir o objectivo primeiro desta casa: dar aos que vão a ajuda que nós não tivemos quando fomos (hmmm? Estamos todos a sentir a tensão da indirecta? Óptimo.).

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Este blog está a ressacar...

assim como nós. Não acabou, com certeza, que aqui ainda se há-de falar muito mal. Está só a tentar habituar-se à rotina lisboeta outra vez. Como nós.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Delito 101 ou Karma is a bitch

Cenário: três e meia da manhã, a estudar Genética, à beira de uma síncope e com vontade enfiar a cabeça no forno com cinco ou seis Xanax no bucho.
F. «Tenho fome.»
A. «Também eu. Mas não temos nada para comer...»
F. «A Kati mudou-se lá para cima e a polaca não está cá...»
A. «Nem penses, a comida do frigorífico não é nossa.»
F. «Está bem.»
A. «Se bem que... Vamos embora daqui a dois dias, a Kati bazou e a polaca deve estar de férias. Deve voltar só no fim da semana. Portanto, tudo o que ali está vai estragar-se. Até que ponto não estávamos nós a prestar um serviço ao evitar que a comida se estrague?»
F. «É isso que eu acho. Até porque depois repômos. Amanhã repômos.»
A. «Repômos? Quando ela voltar já nós nos fomos embora...»
F. «Só comemos a comida dela se repusermos!»
A. «Está bem, whatever
E corremos para o frigorífico. Uma caixinha de bifes e outra de ovos. Há que dizer que a polaca nos mete um bocadinho de medo. Não é só pelo metro e oitenta e tal de pessoa que ela é, mas também porque ela é a modos que paranóica e nós temos sempre medo que lhe dê um surto psicótico e ela entre por aqui de faca em riste e nos estripe. Portanto, comer-lhe a comida deixou-nos um tudo ou nada apreensivas. Mas entre apreensão e fome, ganhou a segunda. Há igualmente que dizer que ela é o tipo de pessoa que escreve o nome dela na caixinha dos bifes como que a dizer hei-vocês-ladras-do-caralho-xô-desinfectem-que-isto-não-vos-pertence-unhas-fora-daqui-estão-a-ver-o-meu-nome?
F. «A.? A partir de hoje somos ladras?»
A. «Não, roubar comida não é crime.»
F. «Hm... Está bem.»
A. «Achas que ela é o tipo de pessoa que nos mata por termos invadido o espaço dela?»
F. «Ela não vai saber. Além disso, não se recusa comida a ninguém. Se nós lhe dissermos que estávamos com imensa fome, ela vai ter coragem de se chatear?»
A. «Pois, se fosse ao contrário, eu dava-lhe a comida.»
F. «Eu não...»
A. «Eu também não, mas ela não tem que saber disso. Amanhã vamos ao super-mercado, guardamos a caixa dos ovos e pomos lá novos. Ela nem vai saber.»
O plano infalível, certo? Pois, nós também achámos.
Ocorre que hoje ao voltarmos da rua, com os bifes e os ovos, diga-se, o frigorífico já cá não estava. A polaca também se mudou. Parece que toda a gente deste andar tem que se mudar dentro em breve porque vai haver remodelações. O nosso sentido de honra mostrou-se inabalável e toca de ligar à Kati a perguntar em que quarto é que está a polaca para ir lá dar a cara (e, de caminho, os bifes e os ovos). Mas claro que a Kati não sabia, «algures no sétimo andar».
Agora, das duas uma: ou vamos bater todas as portas do sétimo andar à procura dela ou vamos à recepção pedir pelo amor de deus que nos digam em que quarto está a rapariga, deixar as coisas à porta e desatar a correr. De qualquer forma, nenhuma das opções é muito digna. Mas nós tínhamos fome...

Vamos a contas

Com o quarto agora parcialmente mutilado e desfigurado, ao tirarmos os posters, esvaziarmos o armário, limparmos as prateleiras e vasculharmos debaixo da cama à procura dos sapatos, temos que ir pondo música. Alta. Não é que o quarto faça eco que não tem tamanho para isso. Mas nós temos uma playlist que tem vindo a ser preparada para um momento mais ou menos como este.
São músicas que, por uma razão ou por outra, por estupidez ou não, fazem parte do último semestre. Aquilo que seria a soundtrack se isto tivesse sido um filme. Wanna know?
«Love the way you lie» da outra com o outro
«Marry you», «Forget you», «River deep mountain high» e «Jessie's girl» do grandioso Glee Cast
«Billionaire» e «Baby, baby, baby» - vocês devem saber de quem são e figuram aqui juntas porque o que tem que ser tem muita força
«Club can't hadle me» de não sei exactamente quem
«Dog days are over» e «Kiss with a fist» dos Florence
«Um contra o outro» (e as outras todas) - Deolinda
«Chain of fools» da sô dona Aretha
«Drift away» do Bill Withers (não, não andámos a fazer bebés)
«Ga gago» do Carlos Paião (diz que isto assenta que nem uma luva a uma de nós)
«Beautiful flower» da Indie Arie
«Os loucos estão certos» dos Diabo na Cruz
Xavier Rudd, todas.
«Rosa branca» pela Mariza
variadíssimos «reviveres» do Rui Veloso

Quem passou a Genética, quem foi?

Em Cracóvia, em cinco meses, ...

... ri-me muito. Provavelmente, ri mais vezes por dia do que em qualquer outro período da minha vida.
... soltei umas lágrimas.
... estive triste.
... conheci as pessoas mais estranhas.
... conheci pessoas muito, muito fofinhas.
... ganhei imunidade a constipações.
... comi com um garfo que estava há dois dias para ser lavado.
... passei a acreditar que «o que não mata, engorda».
... disse muitas vezes que «o pior é se mata».
... percebi o significado de «ter uma boa noite».
... apanhei uma bebedeira que figura certamente no meu Top5.
... tive permanentemente a sensação de estar a ser enganada em todos os restaurantes e lojas.
... fumei mais do que a conta.
... contei tostões.
... provei a pior comida do mundo.
... comecei a detestar noodles.
... deixei de conseguir comer bolachas de manteiga.
... fui nobremente introduzida às maravilhas da depilação com gilete.
... apaixonei-me. Três vezes por dia, todos os dias.
... pus a hipótese de ficar.
... fiquei com a certeza de voltar.
... risquei coisas da lista.
... visitei Auschwitz e lembro-me de cada passo.
... ganhei uma aversão para lá de grande a comboios.
... ia sendo multada.
... experimentei -25ºC.
... percebi que não é preciso muito para se morrer de frio.
... atravessei mais vezes o Vistula do que o Tejo.
... fiquei sem uma avó e não fui ao funeral dela.
... estive à beira de um ataque de nervos no laboratório.
... chamei mais nomes a mais pessoas na cara delas do que em toda a minha vida.
... pedi o Livro de Reclamações e recusaram-mo porque «estás na Polónia, não estás no teu país».
... dei-me com pessoas com quem não me daria em Portugal.
... tive medo.
... quis muito enrolar-me com um professor.
... conheci os melhores cafés do mundo.
... bebi o pior café do mundo.
... andei que me esmerdei.
... comi zapiekanki.
... caí algumas vezes, mas aprendi a andar na neve.
... vesti três pares de collants para conseguir sair de casa.
... limpei o quarto vez nenhuma.
... aspirei o chão quatro ou cinco vezes.
... roubei posters que agora vão para o lixo.
... fui à discoteca das discotecas.
... aprendi a fazer bolas de neve perfeitas.
... entrei em igrejas.
... estive em situações caricatas.
... aprendi a cozinhar.
... a senhora do super-mercado passou a conhecer-me.
... só não fiz o que não quis.
... nunca me arrependi de ter vindo.

A.

Agora a sério, ...

... as pessoas que moram nesta residência são ou não são loucas?

(Isto está afixado na lavandaria do segundo andar.)

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Adeus, enxoval

Andamos angustiadas. O tempo traiu-nos e, quando demos por nós, já só faltava uma semana para irmos embora. Não sabemos que raio aconteceu neste último meio ano, mas foram os seis meses mais rápidos de sempre. Não sabemos como nem porquê.
Ora, ir embora é difícil. Por causa das pessoas? Não. Ao longo de quase seis meses acumulámos muita coisa neste pequenino quarto da Piast. Experiências? Oh yeah. Mas não é disso que este post trata. Trouxémos muita coisa de Portugal mas arranjámos cá uma quantidade estúpida de tralhas que parecem que floresceram como erva daninha aqui no quarto. Algumas das coisas não sabemos de quem são (se são tão-pouco de alguma de nós) nem de onde vieram. Se nós não ligámos a nada disto enquanto não chegou a hora do adeus e andavámos aos pontapés às coisas para chegar ao outro lado do quarto, agora é complicado fazer a triagem. Modos que a maior parte vai ou já foi fora. As malas são demasiado pequenas para tudo o que queremos levar (tudo o que é material, diga-se. Porque o que não se vê... 'Tá bem, 'tá.) e até andamos a sonhar com a forma de conseguir levar tudo o que queremos.
Mas o que mais nos custa é deixar cá as coisas que foram tão nossas amigas este tempo todo. Panelas, tabuleiro, frigideiras, chaleira eléctrica, pratos e taças (lindos que só eles), três garfos, três colheres, duas facas, dois copos roubados do primeiro andar e uma caneca verde-ranho que já não tem pega. Parecendo que não, trata-se de todo um enxoval que foi sendo feito com muito carinho e que faz parte da nossa história aqui. Tudo aqui abandonado. Sofremos por eles, já lhes demos muitos beijinhos, já lhes dissemos que não é que não os queiramos levar, é que não há espaço, mas que vão estar sempre nos nossos corações e nunca nos esqueceremos deles. Mas nao deixa de ser difícil... Não deixa de ser difícil...