quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O Diabo perdeu o frigorífico.

O que anteriormente era um problema porque não era frio o suficiente, tornou-se um problema porque passou a ser frio demais. Agora, a nossa varanda funciona como congelador. Não podemos lá pôr nada que apenas requeira frio e não congelamento. De um dia para o outro, o pacote de leite virou arma de arremesso (aaai o perto que estive de fazer um trocadilho com «arma branca»...). Portanto deixámos de poder comprar coisas que precisassem de frigorífico.
Tanto nos lamuriámos, tanto nos lamuriámos com a falta de um frigorífico, que tanta falta nos fazia, e o que nós gostávamos de ter leite em condições para beber e que tanto que nós gostávamos de poder comprar carne e guardá-la no frigorífico que alguém lá nos céus (yeah right) atendeu às nossas preces e nos mandou uma vizinha nova com um frigorífico em attachment. Vibrámos, saltámos, fizemos planos para o futuro. Que felizes que nós íamos ser com um frigorífico. A vida estava completa. Uma panóplia de opções surgiu diante de nós, um novo universo. Dividimos a vida em duas épocas: a.F. e d.F*... BALELAS! O c%r%lho do frigorífico faz um chavascal que não lembra a ninguém. Parece uma família inteira de besouros aqui na entrada a zumbir o dia todo. A noite toda. Noi-te-to-da. É o frigorífico do Demo. Mas ele não é parvo! É passivo-agressivo, o cabr/o! Está ali a zumbir, a zumbir, a zumbir baixinho que quase não se dá por ele, mas é ver-nos na cama à noite às voltas, a enterrar a cabeça na almofada, a tapar os ouvidos com os dedos, a cantar baixinho porque a merda do frigorífico não tira folga. Acordamos com os olhos raiados de sangue, só nos apetece bater com a cabeça nas paredes, cortar-lhe a ficha e atirá-lo janela fora.
Estávamos tão bem sem frigorífico...

A semente do Diabo.

* antes do Frigorífico e depois do Frigorífico

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