segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Praga, que cidade do caralho! I

As expectativas eram altas. Quase altas demais, temíamos nós. Tinha medo que fosse como quando abriu a Expo e as pessoas diziam que ia ser uma coisa megalómana e nunca antes vista e a única coisa que eu gostei foi da fita para o cabelo que os meus pais me compraram no Pavilhão do Peru. «Praga? Uuui que coisa tão bonita. A cidade mailinda que eu já vi! Uma pessoa fica parva a olhar para aquilo!» E nós lá fomos, com medinho de lá chegar, não gostar e depois não ter coragem para responder «Nada de especial.» quando nos perguntassem «Então? O que é que acharam de Praga?».
Saímos de Cracóvia às dez na noite e já sabíamos que tínhamos que comprar bilhete até à estação antes da fronteira - Zabrydowice -, passar a fronteira no mesmo comboio enquanto rezávamos para que o revisor não aparecesse e então, já na República Checa, comprar bilhete de Bohumín para Praga. A razão de nos darmos a este trabalho todo foi o pagarmos pouco menos de vinte euros para fazer o percurso todo, em vez de pagarmos o quíntuplo. Passámos a fronteira e, mais descansadas, fizemos um in your face aos checos por não descobrirem tão brilhante plano. Em Bohumín, contudo, levámos um in your face ainda maior. Felizes que só nós, ao querer comprar o bilhete, o senhor disse-nos que só aceitava coroas checas. Nós, como é lógico, só tínhamos zlotys. «Então e euros? Têm?» Que não, que não... Não fazia grande sentido, uma vez que estamos a morar na Polónia, não sei... «Ah... Então... Pois, não sei.» Picture: Nós + duas da manhã + a meio quilómetro da fronteira + sem dinheiro + sem multibancos + sem merda nenhuma = medo, muito medo. «Vão mandar-nos para a Polónia, pelos campos, a pé, pronto. Com sorte, há aí um posto de Guarda Fronteiriça e começam a disparar contra nós e soltam os cães.» Ou então, o revisor foi simpático e deixou-nos ir levantar dinheiro na estação seguinte. Pronto, foi mais isto. Chegámos sem percalços de maior a Praga, por volta das sete da manhã.
Praga mete medo de grande que é, deixa-nos o coração nas mãos porque temos medo de não conseguir guardar tudo na memória, pena por não termos olhos grandes o suficiente para apanhar a vista toda só com um olhar. Então andamos na rua com atenção, sem pestanejar, não vamos nós passar por (mais) um edifício demasiado bonito para estar num beco. Praga tem o maior centro histórico da Europa e, para nós, está mais que justificado. Tem mais de vinte museus e algumas cem galerias.
Assim que deixámos as mochilhas no hostel e dormimos umas três horas na sala (porque o ar no dormitório era irrespirável. Wanna know why? Imaginem um quarto com quatro rapazes. E com quatro pares de ténis. Isso, irrespirável.) , arrancámos para a cidade.
Apesar de só termos estado in town três dias, pensamos que vimos o que de mais importante havia para ser visto. Mas não temos a ingenuidade ou a arrogância de achar que Praga não tem mais nada para oferecer. Porque podíamos sempre lá ter vivido que desconfiamos que ainda nos íamos conseguir surpreender com o que cada rua esconde.
Assim, e a quem interessar, eis alguns dos lugares que visitámos:






Museu Nacional de Praga (a colecção de História Natural é muito, muito boa)







O Relógio Astronómico (os checos não estão de modos; para evitar que o relojoeiro repetisse a proeza, cegaram-no.)





A praça principal com a Igreja de Nossa Senhora Diante de Tyn (qué feito da entrada? Não há.).


Museu da Tortura (oh coisinha macabra!)

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