segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Os bares de Cracóvia I

Eu podia, porque podia, vir aqui falar-vos de um Harris Jazz Piano Bar ou de um Alchemia, quem diz Alchemia diz Propaganda, na loucura falava até de um Carpe Diem. Se estivesse bebêda ainda trocávamos um dedos de conversa sobre o Kitsch. Mas não. Acredito piamente que vocês, crianças acabadas de desmamar, recém chegadas a esta cidade where dreams still do not come true, precisam de conhecer os clichés primeiro.
Assim sendo, comecemos pelo cliché mais cliché de todos que até enjoa só de pensar: o Frantic. Ora isto é uma espécie de Lux aqui do sítio, mas em mau. Todo o troglodita lá aterra, isto, claro, devido à forma requintada como os security monkeys despacham betinhos e acolhem tchê máno's e pimps.
Nós nunca lá entrámos propriamente, também nunca tentámos, é verdade. Mas ouvimos histórias, e isso basta-nos. Isso e amarfanhar um Big Mac sentadas no degrauzinho do McDonald's cuja vista dá mesmo para a entrada do Frantic. Juro, é melhor do que ir ao circo em época de Natal.
Acho que aqueles.. seres, quando se estão a vestir para a night pensam qualquer coisa como: "epá, deixa cá ver quais são as calças mais mostra-tomates que tenho. Sim, porque o gajedo tem que ver bem aqui o material, se pudesse andava com uns néons a apontar aqui para o Messi das pilas, que isto é pequeno mas trabalha com'ós grandes!". E pronto, isso e uma camisinha preta ou lilás brilhante, vai bem com o sapatinho de bico e ala para o engate.
Senhores, este é o típico machóman que entra no Frantic e, claro está, engata.
Se fores um fofinho de Lisboa, calça de ganga no ponto, camisinha branca para fora a mostrar um nico do pelito, botinha Merrell ou Timberland ou raio que o parta, nananinanão. "Parece que vais fazer uma caminhada nas montanhas, bazê".
Não entrando neste mui nobre estabelecimento, um gajo vai ter ao Shakers, ali ao ladinho, assim com'ássim vai dar ao mesmo. E vai, no fundo, vai. Bebidas caras que dói, miúdas sobreproduzidas, músiquinha de há 5 anos atrás e muita mangueira, tudo com a mesmíssima ideia.
Se querem noites com erasmAs (desde turcas, lituanas, romenas, eslovenas, checas, russas, fáceis fáceis) têm o Diva. Todo o estrangeiro lá vai à procura de gado fácil, só que às vezes são caçados e calham-lhes as "profissionais do prazer". Giro deve ser a manhã a seguir quando a rapariga lhes pede guitos "para o táxi". Cién, igualito.
Prozak. Todo o estudante erasmus lá vai parar um par de vezes por engano, tal é a publicidade. Nunca percebi muito bem como aquilo funciona, ora há guestlist ora não há, ora estás muito bebêdo para entrar, ora não. Demasiada salsa, esfreganço a dar com pau (piadola), festas temáticas q.b. mas a cerveja é cara para o espaço. Já para não falar do ambiente... A menina não gosta, pronto.
Depois temos o Afera aos domingos que também não passa muito do standart: músiquinha comercial e ultrapassada, mas com bebida baratíssima, espaço para conversar (se não forem adeptos de bailarico como moi meme), espaço para fumar (muito importante, que isto agora com a lei anda pela hora da morte e está um frio desgraçado), muito erasmus, muita gente, beca beca. Thumbs up.
Para "arrematar", vá, não implorem mais. O Kitsch, antigo (pfff, AHAHAHA) bar gay, é bom para o after hours. Nem pensar ir para lá antes das 3h da manhã (a não ser que queiram morrer sufocados ou andar ao estalo), músiquinha antiga mas boa (principalmente se estivermos com os copos), muito engate, só vai para casa sozinho quem quer (e fizer que já não está a ver bem), check para a sala de fumos, preços acessíveis e poles (just in case).

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