domingo, 6 de fevereiro de 2011

Adeus, enxoval

Andamos angustiadas. O tempo traiu-nos e, quando demos por nós, já só faltava uma semana para irmos embora. Não sabemos que raio aconteceu neste último meio ano, mas foram os seis meses mais rápidos de sempre. Não sabemos como nem porquê.
Ora, ir embora é difícil. Por causa das pessoas? Não. Ao longo de quase seis meses acumulámos muita coisa neste pequenino quarto da Piast. Experiências? Oh yeah. Mas não é disso que este post trata. Trouxémos muita coisa de Portugal mas arranjámos cá uma quantidade estúpida de tralhas que parecem que floresceram como erva daninha aqui no quarto. Algumas das coisas não sabemos de quem são (se são tão-pouco de alguma de nós) nem de onde vieram. Se nós não ligámos a nada disto enquanto não chegou a hora do adeus e andavámos aos pontapés às coisas para chegar ao outro lado do quarto, agora é complicado fazer a triagem. Modos que a maior parte vai ou já foi fora. As malas são demasiado pequenas para tudo o que queremos levar (tudo o que é material, diga-se. Porque o que não se vê... 'Tá bem, 'tá.) e até andamos a sonhar com a forma de conseguir levar tudo o que queremos.
Mas o que mais nos custa é deixar cá as coisas que foram tão nossas amigas este tempo todo. Panelas, tabuleiro, frigideiras, chaleira eléctrica, pratos e taças (lindos que só eles), três garfos, três colheres, duas facas, dois copos roubados do primeiro andar e uma caneca verde-ranho que já não tem pega. Parecendo que não, trata-se de todo um enxoval que foi sendo feito com muito carinho e que faz parte da nossa história aqui. Tudo aqui abandonado. Sofremos por eles, já lhes demos muitos beijinhos, já lhes dissemos que não é que não os queiramos levar, é que não há espaço, mas que vão estar sempre nos nossos corações e nunca nos esqueceremos deles. Mas nao deixa de ser difícil... Não deixa de ser difícil...

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