Eis-nos chegadas à recta final dos preparativos deste nível do jogo que começou há pouco mais de sete meses. Daqui a quinze dias, por esta hora, estamos agarradas uma à outra a chorar e a tentar dormir por turnos, nesse bonito aeroporto de Luton (em Londres? Hm hm... Não, nos arredores. Vá, a 50 km. Ok, não é Londres, é Luton.).
As férias, as férias... Curtas, incertas e solitárias. Pronto, solitárias não. Fresquinhas. Que é como quem diz sem os Tós da vida, os Manéis ou os Joões. Nada a temer.
Quem mandou as princesas irem para o Avante? E para Milfontes? E para o Algarve? Diz que ir de férias zera a conta. Pasmadas que só nós, constatamos que os primeiros meses em terras cracovacas (? craaaaco...vienses...? cracoveiras? cracovianas...?) não se adivinham fáceis.
O que nos leva à parte sensível e mete-nojo deste post. Pessoal, a sério. Parem de nos pedir festas e bebedeiras e abracinhos e beijinhos e táxis para se irem despedir ao aeroporto. Nós vamos chorar. Muito. Não vai ser bonito. 'Bora não dificultar. São seis meses. Seis meses é dois terços de uma gravidez, é a duração de um semestre (seis meses, um semestre. Got it.), metade de um ano, 180 dias ou coisa que o valha (isto equivale a muitas refeições, sim, têm razão se calhar este não é o lado bom da coisa), mas são apenas seis menstruações ('tá bem? Nada de brincadeiras, amiga.). Parece muito? Parece. Mas não é.
Depois de alguns e-mails (que, na verdade, foram mais q'às mães), muitos insultos e alguns eu-vou-lá-eu-vou-lá-e-vou-lhe-à-boca-a-ver-se-ele-não-percebe, temos onde ficar durante aquela primeira semana. Não por 300 PLN, mas por 80. Estão a ver? Com boa-vontade, tudo se consegue.
Aproveitamos este momento para deixar os mais profundos agradecimentos ao ESN da UJ (vira o disco e toca o mesmo, pedimos desculpa mas tem de ser). Benditos sejam que já ocupam lugares nos nossos pequenos corações. Prestáveis que só eles. Competentes que só eles. Apetece levar-lhes muitos pastéis de Belém, galos de Barcelos e tupperwares de cozido à portuguesa. Pois que temos mentoras de seus nomes Joanna e Natalia, que só vêm comprovar a nossa teoria de que, na Polónia, as miúdas brincam às mamãs e mamãs. Tanta excitação e palavras fofinhas rapidamente se nos assemelham a psicopatia e nos tentam a puxar do nosso pepper-spray. Não, sem querermos ser mal-agradecidas, são simpáticas que são, mas...
Outra, que 'se não fosse verdade até tinha piada'. Este ano, a nossa Faculdade resolveu que temos que pagar a primeira prestação das propinas antes de nos pormos a andar q'isto-a-gente-sabe-lá-se-elas-não-lá-ficam-casam-e-têm-filhos-e-depois-é-que-nunca-mais-pomos-a-vista-em-cima-das-propinas. E como nós temos dinheiro que é uma coisa louca, toca de sim senhor, 'bora lá pagar tudo o que a Faculdade quiser. Que deixar a Faculdade no prejuízo é que não. Querem ter educação superior, não querem? Despejem os bolsos que já começa a onda de poupança que vai reinar por estes lados nos próximos tempos.
Isto hoje é assim corridinho, atafulhado e atabalhoado que as listas de afazeres e arresolveres e adesenrascares vão se amontoando e as nossas cabeças não dão para tudo.
(entra o violino...)
(entra o violino...)
E é tocando os últimos acordes nas nossas guitarras que as colocamos em repouso durante seis meses, é aterrando em solo recheado de portugueses do último salto ao som d'A Carvalhesa que deixamos as festas de Verão, é sorvendo a última gota da melhor caipiroska que nos despedimos do calor e é de lágrima no olho que cantamos aos que ficam «um abraço destas que tanto vos querem, somos capazes de ir aí pelo Natal».
yours truly,
PS. desculpem o momento mete-nojo II no finzinho mas queríamos mesmo dar um ar dramático à coisa, isto porque, princesas que se prezam têm direito a merdas destas, se têm!
Parece impossível, mas já hoje tive saudades vossas. Sobrevivam por ai sff...
ResponderExcluiradoramos declarações destas, sintam-se à vontade para expressar sentimentos. este é o espaço indicado.
ResponderExcluiryours truly,
'deem